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Alexandre Fontanetti destaca sonoridade orgânica do “Som do tambor”

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Para cuidar da engenharia do som e da mixagem do disco “Som do Tambor”, o projeto contou com a experiência do músico e produtor Alexandre Fontanetti, responsável por já ter produzido artistas como Rita Lee, Céu, Ana Canãs, Valetes, Bruna Caram, entre outros.

A estrada de Fontanetti também conta com turnês como guitarrista e violonista de artistas como Rita Lee, Guilherme Arantes e Zélia Duncan. Para entender melhor como foi o processo que culminou no nascimento no “Som do Tambor”, entrevistamos Alexandre Fontanetti, confira a entrevista abaixo:

QUAIS FORAM AS INSPIRAÇÕES E OS DESAFIOS PARA PRODUZIR O EP “SOM DO TAMBOR”? COMO FOI A TROCA DE IDEIAS E SELEÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE DERAM VIDA AO “SOM DO TAMBOR”?

Em primeiro lugar, o EP do Zingo tem a produção do Luiz Bueno, que é um amigo no qual eu já trabalho a muito tempo, então já o conheço muito bem e ele já vem com um conceito em cima do álbum.

Então, ele me contou que de início, a ideia para o “Som do Tambor” seria a junção de elementos eletrônicos com elementos acústicos de percussão para criar o que o Zingo chama de “Macumba Pop”.

Nós pensamos em que textura usar na harmonia, além das guitarras e violões que o Luiz pudesse fazer, um dos instrumentos escolhidos foi o órgão Hammond, que é um instrumento altamente orgânico.

Chamamos o Adriano Grineberg que executa muito bem esse instrumento. E ele deu uma personalidade muito forte para o álbum, usamos o órgão Hammond em praticamente todas as músicas. Ele tem uma textura interessante, uma mistura percussiva com distorção, é um instrumento bem peculiar.

Também chamamos um baixista incrível, o Frederico Heliodoro, um jovem baixista que já tem bastante estrada, um cara muito experimentado e sensível para o projeto.

Nós também tivemos a preocupação de chamar músicos com sensibilidade, pessoas que pegam as coisas na hora, que são intuitivos, que conhecem música e que são sensitivos, que tem esse lado de usar a sensibilidade e o improviso.

QUAIS FORAM AS SUAS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS PARA MIXAR AS MÚSICAS? COMO VOCÊ ENCONTROU A SONORIDADE DO ÁLBUM?

Com relação as mixagens, eu já tenho um método de trabalho. Então, quando eu sei que é um disco que eu vou gravar e mixar, a medida com que eu vou gravando, eu já vou pensando como vai ficar no final. A medida conforme você vai gravando os instrumentos, você vai decidindo o que fazer na mixagem.

No caso do disco do Zingo, não foi algo que eu tive de experimentar muito, foi algo que foi construído ao longo da gravação. Uma das coisas que eu pensei na mixagem foi de deixar a voz num plano de inteligibilidade interessante.

Isso é uma coisa importante na música brasileira. O público brasileiro é ligado a isso, a letra e a voz precisam ser claras. Mesmo que a voz não esteja extremamente alta, é preciso achar um jeito de deixar a voz clara.

Essa foi uma preocupação e acho que o Zingo correspondeu muito bem, mesmo sendo a primeira gravação profissional dele, logo nas primeiras sessões eu senti que ele tinha uma voz interessante e que ia ficar bonito. Então, achamos o microfone para a voz dele e no final acho que deu muito certo.

Esse disco tem uma coisa interessante é que ele tem bastante espaço, ele não tem muitos instrumentos. Então, você não tem que dividir o espectro sonoro com muitas coisas e isso ajudou bastante.

VOCÊ ACHA QUE ESSE TRABALHO CRIA UMA IDENTIDADE PARA O ZINGO COMO MÚSICO NO CENÁRIO ATUAL?

Eu quero reforçar também a importância do produtor. O cara que pega o elemento bruto, pega a composição e tenta achar um caminho para que isso venha ao mundo. O produtor é fundamental.

Nesse caso, o Luiz Bueno foi a coisa certa para o Zingo. Parece que eles começaram com uma linha, mudaram um pouco no meio do caminho e encontraram o tom certo.

Eu acho que esse primeiro EP, ele já aponta um caminho para o Zingo que é essa mistura da cultura afro-brasileira com elementos modernos de música eletrônica e Pop Music.

QUAIS SÃO AS SUAS EXPECTATIVAS PARA ESTE PROJETO?

Acho que esse projeto é o começo de algo que pode se desenvolver. O Zingo começou muito bem com essas primeiras músicas e agora a tendência é que no próximo EP, ele esteja muito mais à vontade.

Nós também já o conhecemos melhor, sabemos como tirar o seu melhor. A nossa tarefa como produtores e engenheiros é extrair o máximo de cada artista, achar os pontos os fortes e magnificar isto.

Zingo também destacou a importância da participação de Alexandre Fontanetti no álbum. “Para mim foi muito importante ter o Fonta no projeto. Poder trazer para o meu álbum essa expertise, essa vivência dele com outros artistas que trouxeram até prêmios, foi essencial para ter uma estrutura de produção profissional”, explicou o artista.

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